A obra do Porto de Luís Correia será reiniciada pela terceira vez desde quando a construção foi iniciada ainda no ano de 1976. De lá pra cá, o Governo Federal já investiu mais de R$ 390 milhões em uma obra que a cada retomada representa uma grande soma de dinheiro jogada fora, ou melhor, no mar. O Governo do Estado voltou a prometer mais uma vez, em meio à desconfiança da população, o reinício da obra com a realização de uma licitação que deve ocorrer provavelmente no próximo mês de maio.
No mais recente capítulo dessa novela, que já se arrasta a mais de 160 anos, o ministro dos Portos, Leônidas Cristino, anunciou a liberação de mais R$ 180 milhões para o Porto. Mas hoje, depois de tantas promessas envolvendo a obra, a construção se transformou quase em uma lenda vista com descrédito pela sociedade.
Na próxima semana, o estado irá receber a visita de uma comitiva de quatros ministros da presidente Dilma Rousseff. Estão confirmadas as presenças da ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti e do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra. Com a notícia da vinda dos ministros, surgiu também a esperança que essa fosse uma oportunidade do Governo agilizar a obra, mas logo em seguida a esperança transformou-se mais uma vez em decepção, quando foi anunciado que a visita seria apenas um reunião com prefeitos do estado.
Na Assembleia, o porto sempre foi motivo de discussão entre os parlamentares, mas durante esse longo período nenhuma ação concreta foi realizada. O deputado Tererê (PSDB), que é da região de Parnaíba, afirma que falta vontade política para que a obra seja concretizada. “Isso mostra que o Governo Federal não valoriza o Piauí. Porque nossos estados vizinhos como o Ceará e Pernambuco conseguem recursos para realizar grandes obras, como portos e nós em 50 anos com conseguimos finalizar essa obra”, comentou.
O deputado Fábio Novo (PT) afirma que desde o primeiro mandato do ex-governador e hoje senador Wellington Dias (PT), a obra tem sido uma prioridade para o estado. Segundo ele, o que falta para a conclusão do porto é vencer a burocracia e as lutas judiciais entre o Governo e o consórcio que era responsável pela obra. “Os recursos existem e estão previstos há muito tempo, mas temos que vencer algumas barreiras”, disse.
Outra questão que deve ser observada é quais produtos serão movimentados com o porto? O Governo Federal anunciou que ele será apenas um porto de cabotagem. Com isso, servirá apenas para navegação nacional, servindo de entreposto para os Portos dos estado vizinhos como Pernambuco e Ceará. Os especialista questionam a demanda de mercadoria e também o impacto ambiente que poderá gerar na região.
Publicado Por: Lídia Brito
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