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segunda-feira, 27 de maio de 2013

Tragédia da Barragem de Algodões: 180graus relembra após quatro anos

O pequeno povoado de Franco ficou conhecido nacionalmente depois de desaparecer pela força da água

Há exatos quatro anos, o Piauí e o Brasil acompanharam perplexos uma das maiores tragédias do estado: o rompimento da barragem de Algodões, que ocorreu precisamente às 16h10 do dia 27 de maio de 2009. As águas que invadiram os povoados localizados ao redor da barragem, destruíram tudoo  que havia pela frente, vitimando nove pessoas e mais de 30 mil animais mortos.

Nesses quatro anos de tragédia, pouca coisa mudou na vida das pessoas que perderam tudo que tinham e até mesmo entes queridos. O povoado Franco foi o mais atingindo pela tragédia e até hoje não foi recuperado, lembra o cenário de uma cidade fantasma vista nos filmes. As famílias que vivem no local ainda tentam recuperar os bens perdidos que vão desde suas casas até as criações de animais, principal fonte de renda.

O Governo do Estado, considerado pela Justiça como o responsável pelo ocorrido, foi condenado a pagar a liminar de alimentos correspondente a R$ 60,00 por mês por pessoa adulta da família, valor este que deve ser acrescido de mais R$ 30,00 por cada filho menor de 18 anos que compõe a unidade familiar vitimada. E ainda de R$ 58,00 por unidade familiar a cada uma das vítimas relacionadas pela Avaliação de Danos do Sistema Nacional de Defesa Civil.
3.jpgBarragem rompeu levando consigo tudo que encontrava pela frente
A decisão é da juíza Maria do Socorro Ivani de Vasconcelos , da Comarca de Cocal, que reconheceu a responsabilidade do Estado do Piauí e da Emgerpi por danos materiais emergentes e cessantes, bem como por danos morais. Valor muito pequeno se comparado ao tamanho do estrago que a tragédia causou a essas pessoas e as vidas humanas que se foram.
98.jpgFamílias foram obrigadas a voltarem para suas casas mesmo com o risco de uma tragédia
Governo se omitiu diante de uma tragédia anunciada

A Justiça comprovou que o Governo do Estado sabia que uma tragédia iria ocorrer a qualquer momento, mas decidiu forçar as famílias que viviam em área de risco a voltarem ao local. Segundo decisão da juíza Maria do Socorro Ivani de Vasconcelos , Governo do Estado e Emgerpi determinaram o retorno das pessoas às áreas de risco, contrariando a decisão judicial e assumindo os riscos. Como houve resistência ao retorno por algumas pessoas, os réus por seus agentes: Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Policia Militar chegaram a tomar os colchões dos abrigos e a suspender o fornecimento de alimentação, para compelir a voltarem à área de risco da Barragem dos Algodões.

A barragem de Algodões que segura o rio Pirangi fica próximo à divisa entre os Estados do Ceará e Piauí fica localizada no povoado de Algodões (daí o nome dado à barragem). Com o rompimento, a água seguiu para o povoado Franco, afetando depois os povoados de Cruizinha, Boiba, Frecheira, Tabuleiro, Angico Branco, Estreito, Gado Bravo, Dom Bosco, Boa Vista e Gameleira.
1.jpgCidade foi totalmente engolida pela violência da água que saia da barragem
A obra de construção da barragem custou aos cofres públicos cerca de R$ 51 milhões e visava perenizar as águas do rio Piranji para usá-la na irrigação, piscicultura, abastecimento das cidades vizinhas e acima de tudo, fazer o controle das cheias. O engenheiro responsável é Luiz Hernane de Carvalho da Universidade Federal do Ceará.
Logo no início da construção da obra o TCU – Tribunal de Contas da União constatou problemas no andamento do projeto e multou a direção do IDEPI. Mas a obra prosseguiu e foi inaugurada no governo de Mão Santa.
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180graus voltou ao local da tragédia e acompanhou drama das famílias
Após três anos da tragédia uma equipe do 180graus visitou o local mais atingido, o povoado Franco. A região faz parte da zona rural de Cocal, região Norte do Piauí, a 268 Km de Teresina. O local foi foi o segundo a sofrer a ação da água, porém foi o mais atingido. O morador Francisco das Chagas, disse que a água chegou em menos de 5 minutos ao povoado, cobrindo tudo aquilo que antes era uma vila.
Os repórteres constataram que com apenas duas casas habitadas, o que se enxerga na região são casas vazias, destruição, esquecimento e isolamento. Realmente parece um povoado fantasma. A moradora da região Maria do Carmo perdeu 1 neta e 2 sobrinhas na tragédia: "elas estão no céu agora!...", comenta a senhora que continua morando num lugar onde todos, menos ela e a família foram embora.
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O desejo das famílias que foram vítimas desta grande tragédia perdendo tudo e até mesmo familiares, é que o responsáveis sejam responsabilizados. Todos os anos eles realizam sessões solenes na Assembleia Legislativa para que essa tragédia não seja esquecida e novas possam ser evitadas.
Veja fotos da tragédia:
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manifestacao-das-vitimas-de-algodoes-146016.jpg

Publicado Por: Lídia Brito

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