O STF (Supremo Tribunal Federal) retoma hoje o julgamento da validade
da Lei da Ficha Limpa, que determina a inelegibilidade, por oito anos,
de políticos condenados criminalmente em segunda instância, cassados ou
que tenham renunciado para evitar cassação, entre outros.
Em dezembro, o ministro Luiz Fux, relator das ações sobre a lei, votou a
favor da constitucionalidade, assim como Joaquim Barbosa.
O julgamento, então, foi interrompido depois do pedido feito pelo
ministro Dias Toffoli para ter mais tempo para analisar o caso.
Segundo foi apurado, o plenário está dividido, mas a tese de que a lei é
constitucional deve prevalecer. Conforme a Folha informou semana
passada na coluna "Mônica Bergamo", o ministro Marco Aurélio Mello, que
votava contra a validade da Ficha Limpa, mudou de entendimento, o que
garantiria a vitória da tese da constitucionalidade.
A ministra Rosa Weber, que tomou posse em dezembro, também tem papel
importante, já que não participou de nenhuma das decisões anteriores
sobre a aplicação da lei e, portanto, não tem voto declarado.
JULGAMENTO
Serão julgados três processos na sessão plenária de hoje. Dois deles,
ajuizados respectivamente pelo PPS e pelo Conselho Federal da OAB (Ordem
dos Advogados do Brasil), querem a declaração de constitucionalidade da
lei.
O terceiro, da CNPL (Confederação Nacional das Profissões Liberais),
quer que o Supremo declare inconstitucional um dispositivo do texto, que
inclui entre os inelegíveis aqueles que foram excluídos do exercício da
profissão em decorrência de infração ético-profissional.
A Lei da Ficha Limpa, de 2010, é de iniciativa popular e foi
apresentada ao Congresso após a assinatura de mais de 1,3 milhão de
eleitores.
Em março de 2011, por 6 votos a 5, o tribunal julgou que a lei não poderia ser aplicada às eleições de 2010.
Para analisar a validade da lei em si, porém, o STF aguardava a
nomeação de um novo ministro após a aposentadoria de Ellen Gracie. A
nomeada foi Rosa Weber.
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