Mirócles Veras: Secretário do PAC no Paiui |
Reportagem
do jornal O GLOBO divulgada nesta quinta-feira(26) informa que o
relatório da Controladoria Geral da União constatou que o DNOCS pagou
duas vezes pelo mesmo serviço no Piauí.
A
auditoria da CGU constatou que o Dnocs pagou R$ 9,3 milhões por
serviços de uma consultoria de engenharia, que, de acordo com a
Controladoria Geral da União (CGU), teria apenas repetido informações
que a autarquia já dispunha. Os pagamentos beneficiaram a empresa Hydras
Engenharia e Planejamento Ltda, com sede em Salvador. Ela fez
consultoria para a obra do PAC no Piauí, o projeto de irrigação
Tabuleiros Litorâneos. Os valores foram pagos entre 2008 e 2011.
Ainda de acordo com o jornal O Globo, o relatório da CGU diz que os pagamentos foram superfaturados.
‘Em
documento oficial, a diretoria- geral do Dnocs afirma que a direção de
infraestrutura hídrica, comandada até 2011 por Cristina Peleteiro, uma
engenheira indicada pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA),
pressionava pela efetivação dos pagamentos e teria se negado a calcular o
tamanho do prejuízo’, diz a matéria do jornal O GLOBO.
MATÉRIA NA ÍNTEGRA:
Dnocs pagou duas vezes pelo mesmo serviço, segundo CGU
O Globo - 26/01/2012
Consultoria recebeu R$ 9,3 milhões; pagamento teria sido superfaturado
Roberto Maltchik
O
Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs) pagou R$ 9,3
milhões por serviços de uma consultoria de engenharia, que, de acordo
com a Controladoria Geral da União (CGU), teria apenas repetido
informações que a autarquia já dispunha.
Os
pagamentos à Hydras Engenharia e Planejamento Ltda, com sede em
Salvador, foram feitos entre 2008 e 2010 e, segundo a diretoria do
Dnocs, R$ 800 mil estão retidos por suspeitas de irregularidades. Em
documento oficial, a diretoria- geral do Dnocs afirma que a direção de
infraestrutura hídrica, comandada até 2011 por Cristina Peleteiro, uma
engenheira indicada pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA),
pressionava pela efetivação dos pagamentos e teria se negado a calcular o
tamanho do prejuízo.
O
relatório da CGU diz que os pagamentos de R$ 9,3 milhões foram
superfaturados. E aponta que a consultoria atuou em duas obras de grande
porte: a Barragem Figueiredo (CE) e o projeto de Irrigação Tabuleiros
Litorâneos (PI), incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento.
Entretanto, tal acompanhamento já estaria em curso pelos responsáveis
por serviços de supervisão.
"Todos
os dados referentes à execução físico- financeira do contrato de
construção constavam em ambos os relatórios. (...) Foi evidenciada,
assim, superposição de atividades entre o contrato de consultoria e
aqueles de supervisão". Em agosto de 2011, a direção do Dnocs teria
tomado ciência das irregularidades. Só em novembro o diretor-geral do
Dnocs, Elias Fernandes, teria determinado a abertura de sindicância,
"inércia" criticada pelos auditores. Em novembro de 2011, por meio de
ofício, a diretoria do órgão afirma que não pode ser considerada omissa
porque "a atuação do departamento tem sido dificultada quando necessária
a atuação junto à diretoria de Infraestrutura Hídrica, comandada até
junho de 2011 pela engenheira Cristina Peleteiro, indicada pelo
ex-ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima". Ainda afirma
que a diretoria "incessantemente" pugna pelo pagamento das faturas
pendentes.
O
ex-ministro Geddel Vieira Lima disse ontem que desconhece o caso da
Hydras Engenharia e Planejamento. Ele contou que foi ele quem pediu uma
auditoria da CGU. Sobre a diretora de Infraestrutura, Cristina
Peleteiro, foi só elogios. Disse que é uma pessoa "da maior seriedade" e
confirmou que foi ele quem a nomeou . A Hydras não se manifestou. Por
meio de nota, a direção do Dnocs limitou-se a dizer que "está analisando
os argumentos da empresa". "Cautelarmente, o Dnocs reteve o pagamento
da empresa até que seja concluída a análise".
180graus
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