A Polícia Civil recuperou na sexta-feira (11) R$ 2,4 milhões roubados no assalto a um prédio da transportadora de valores Protege na Água Branca, Zona Oeste de São Paulo, no dia 16 de outubro. O valor foi encontrado enterrado em uma casa no Jaraguá, na Zona Norte da capital paulista. Ninguém foi preso durante a apreensão.
Policiais da Delegacia de Repressão a Roubo a Bancos do Departamento de Investigações sobre Crime Organizado (Deic) chegaram ao local a partir de informações do supervisor de segurança da Protege suspeito de ter participado do assalto. Os fardos de dinheiro estavam enrolados em mantas. A casa em que o dinheiro foi encontrado era alugada.
Segundo o delegado assistente Wuppslander Ferreira Neto, a quadrilha planejou o assalto por pelo menos seis meses. "Eles sabiam das rotas para escapar da Marginal Tietê e evitar uma emboscada", disse Neto. "Mas se houvesse um confronto com a Polícia Militar, seria um desastre. Eles estavam fortemente armados com fuzis".
Para Neto, a participação do supervisor de segurança foi crucial para a realização do crime. "Sem ele, não haveria roubo". A Polícia Civil já identificou outros cinco suspeitos de participar da ação e continua as investigações para localizar o restante do dinheiro roubado.Polícia recuperou R$ 2,4 milhões roubados de transportadora de valores {Divulgação/Deic}
O roubo
Na noite do dia 16 outubro, três homens vestidos com um uniforme idêntico ao da empresa entraram no prédio da companhia e roubaram cerca de R$ 22 milhões. Eles se identificaram na portaria blindada e entregaram crachás. Imagens da câmera de segurança mostram o momento em que os criminosos entraram tranquilamente na empresa.O supervisor de segurança foi preso por ordem judicial na quarta-feira (9) por suspeita de envolvimento na quadrilha. Segundo a polícia, no dia do assalto, os criminosos entraram com facilidade na empresa porque ele desligou os alarmes, sirenes e o sistema de gravação das câmeras. De acordo com o supervisor, ele fez isso para proteger a família, que estava sob domínio dos assaltantes.
Fuga
A polícia e a empresa desconfiaram da história contada pelo supervisor. Durante as investigações, a Protege descobriu que o funcionário usou o computador do trabalho para fazer crachás para os criminosos - os mesmos que eles apresentaram na portaria. Para isso, segundo a empresa de valores, o supervisor misturou nomes e sobrenomes de outros funcionários.
As imagens das câmeras de segurança também mostram os criminosos fugindo em um carro forte levando R$ 22 milhões. A ação durou cerca de 10 minutos. Em uma rua próxima à empresa, todo o dinheiro foi movido para outros cinco carros, e o carro forte foi abandonado.
Seguranças de outra empresa viram a movimentação dos criminosos e chamaram a polícia. Quando os policiais chegaram, não havia mais sinal do dinheiro ou da quadrilha.
O delegado Rodolpho Chiarelli Júnior, da delegacia que combate roubo a bancos, afirmou que o fato do supervisor não ter telefonado para a família durante o assalto, para saber se estava tudo bem com os parentes apesar da ameaça dos criminosos, levantou a suspeita dos investigadores. Ainda de acordo com o delegado, o funcionário não comunicou à empresa que estava fazendo os crachás. “A empresa não tinha solicitado a emissão de nenhum crachá”, declarou o delegado.
O funcionário foi preso quando saía de casa e levado para a delegacia do Bom Retiro, na região central da capital.A polícia investiga ainda se o supervisor teve participação em outros assaltos. Um segundo suspeito também está preso. Os investigadores revelam que a quadrilha tem pelo menos 20 integrantes.
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