'Fotografia não é boa', diz Mercadante sobre avaliação do governo Pesquisa divulgada nesta quarta mostrou que 12% aprovam atual gestão

O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, afirmou que a pesquisa Ibope divulgada nesta quarta-feira (1º/04) mostra que a “fotografia não é boa”. O levantamento indica que a aprovação do governo é de 12% e a rejeição, de 64% – 23% consideram o governo "regular".
Na opinião do ministro, o resultado exige do governo “humildade” e “trabalho”. Para ele, o "filme" ao fim do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff "vai ser muito bom".
Segundo Mercadante, a pesquisa é um indicador que deve ser analisado como uma “fotografia” do atual momento. Além disso, explicou, mostra que o governo deve trabalhar "mais" e dar "mais atenção" a alguns fatores, como o caminho para a retomada do crescimento econômico.
“O governo tem que ter humildade, trabalho, trabalho e trabalho. Nosso compromisso é para quatro anos e três meses de governo. É apenas o início de um processo. Portanto, a fotografia não é boa, mas o filme vai ser muito bom”, disse em entrevista no Palácio do Planalto.
Na avaliação de Mercadante, recuperar uma expectativa positiva em relação ao crescimento é decisivo para que os agentes econômicos voltem a gerar emprego e renda.
O ministro voltou a defender as medidas de ajuste e afirmou que o “problema fundamental” do país é o equilíbrio das contas públicas. Segundo ele, o governo foi “longe demais” com as desonerações tributárias de setores da economia.
‘Autonomia’ do BC
Na entrevista, Mercadante falou ainda sobre a “autonomia operacional” do Banco Central que, segundo ele, permite ao presidente da entidade montar sua equipe e tomar decisões. O tema foi discutido nas eleições do ano passado.
Na última segunda (30), o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse ter sugerido ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, “independência” do BC e mandato que não coincida com o mandato de presidente da República – atualmente, o presidente do banco é indicado pelo presidente da República e sabatinado pelo Senado.
“Os governos do presidente Lula e o da presidenta Dilma encontraram um caminho – que não acho que foi diferente no período anterior – que é o de autonomia operacional do Banco Central. […] Nunca houve nenhuma mudança sobre isso, nenhuma intervenção em relação a esta estabilidade, que é fundamental para a gestão do Banco Central. No BC, ele [presidente] monta sua equipe, o Copom toma decisão, publica a ata e tem total transparência”, disse.
Setor automotivo
Mercadante participou na tarde desta quarta de reunião com a presidente Dilma Rousseff e representantes de montadoras de automóveis com fábricas no país. O objetivo foi consultar o setor sobre medidas que o governo pode adotar para aumentar a competitividade e incluir o segmento no Plano Nacional de Exportações, a ser lançado. Após entrevista coletiva, o ministro se dirigiu para novo encontro com Dilma.
De acordo com o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, as montadores disseram “claramente” à presidente Dilma que compreendem o atual conjuntura do país, defendem o ajuste fiscal, mas querem a retomada “o mais rápido possível” da atividade econômica.
"Trocamos ideias com o governo e foi formada uma mesa de estudos para os projetos que deverão ser estruturantes, especialmente sob o ponto de vista de estruturação de uma política de exportação para o setor automotivo dentro do Plano Nacional de Exportações”, disse Moan.
Segundo o ministro Mercadante, “a grande prioridade” nas exportações será para países da América Latina e da África.

Fonte: Com informações do G1