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terça-feira, 1 de maio de 2012

famílias cobram indenizações VÍTIMAS DA BARRAGEM ALGODÕES denunciam o descaso e abandono:


"O dia era 27 de maio, ano 2009. O relógio marcava 16h10. Bilhões de litros d’água começavam a descer morro a baixo em uma onda de quase 10 metros viajando a uma velocidade impressionante de 80km/h. Onze povoados foram dizimados, 6 mil pessoas diretamente afetadas, nove mortos (oficialmente), uma criança desaparecida e mais de 30 mil animais mortos, levados pela onda que nasceu em Algodões I. Números impressionantes que resumem de forma fria a tragédia que deixou o Piauí e o Brasil ligados em Cocal. Era ‘Tragédia de Algodões’, ou 'Caso Algodões', que entraria para sempre para as páginas negras da história do nosso estado".
O texto acima é de uma matéria do 180graus publicada em maio de 2011. Há exatamente um ano. Estaria sendo repetitiva, mas permanece viva na mente de muitos moradores da cidade de Cocal. Prestes a completar três anos, o 'Caso Algodões' segue sem solução. A catástrofe ainda ganha o mesmo enredo tendo em vista a dor e o sofrimento que passam aquelas famílias atingidas. A reportagem do Maior Portal do Piauí, que fez a cobertura completa, na época, de todo o drama, sendo um dos poucos veículos de comunicação inclusive a divulgar o velório das vítimas (o Governo do Estado, naquele tempo, tentou impedir a divulgação para não prejudicar a imagem), voltou ao local. Os repórteres Allisson Paixão e Daniel Silva percorreram as comunidades que foram devastadas por um erro humano (o próprio Governo do Estado, com direito a ata assinada, mandou os moradores voltar para suas casas). O cenário, acreditem, ainda é o mesmo. Pouca ou quase nada melhorou para quem viveu aquele 27 de maio.



DEVASTAÇÃO
Para as famílias que foram vítimas da tragédia de Algodões não foi possível mais se restruturarar e a devastação trouxe um sentimento de eprda enorme, que o tempo não apaga. As casas, animais, plantações e familiares perdidos agora compõem um pesadelo, que a cada ano ganha força com a chegada do mês de maio, mÊs da tragédia. Os órgãos governamentais quase na da fizeram e a vida das famílias, segue para um futuro incerto.



Uma das vítimas do Caso Algodões mostra aonde a água chegou na sua casa

Na residência mostrada acima ainda é possível perceber as marcas deixadas pela água no dia que a barragem rompeu. A mancha deixa claro o poder de destruição e o quanto cada morador perdeu naquela tarde. A família relata que perderam muitos animais, aves, uma casa foi destruída, muitas plantações. Felizmente não perderam parentes, mas perderam uma estrutura de anos de dedicação e trabalho e que, segundo eles, nunca mais conseguiram refazer. Além da tristeza por amigos e vizinhos perdidos na tragédia. Na foto abaixo, este morador, Francisco Santos, agricultor, mostra onde era sua casa, que foi completamente devastada pelas águas da barragem.

Ele, na verdade, morava numa casa que ficava neste espaço aqui


PESSOAS CHORAM AO LEMBRAR
O cenário é triste e o sentimento de perda muito grande. Vítima da barragem Algodões, a aposentada dona Maria Luiza, 77 anos, conta o que viveu na tarde daquele dia 27 de maio. De acordo com ela, por muito pouco e devido a ajuda do filho, também não morreu. Porém, conta enxugando as lágrimas, seu esposo, seu João, não teve a mesma sorte e o fim veio de forma abrupta. Ela relata cenas que mais parecem um filme de terror, em meio a um choro que só quem passou pelo drama sabe o que aconteceu: "A gente não queria ter saído dos abrigos e vir pra cá de novo não. Meu marido (Seu João) disse que confiava nos homens (no engenheiro contratado pelo Governo do Estado) e por isso aceitou voltar... (choro). Neste dia (27 de maio de 2009) ele estava fora de casa e foi arrastado. Eu fui também, mas não sei como mas meu filho me salvou. Perdi meu marido... (choro). E até hoje ninguém nunca pisou aqui para me consolar".


Dona Luiza não segura as lágrimas e chora ao relembrar daquele dia

As queixas contra o governo do Estado são recorrentes. As indenizações oferecidas e até ganhas na Justiça não chegam como deveria ser e o sentimento de abandono toma conta de todos que foram afetados. “Acharam meu esposo no outro dia às 3h da tarde. Durante todo este tempo ficamos procurando, na esperança de encontrá-lo como vida. Mas não foi isso que aconteceu”, relembra a aposentada com a mão enxugando as lágrimas no rosto.


DONA SOCORRO PERDEU DUAS FILHAS E O MARIDO
Triste mesmo é o depoimento de Dona Socorro. Ela perdeu duas filhas e o esposo. No início, ao receber a reportagem do 180graus, ela disse que nem qeria mais falar do assunto. "É que toda vez as pessoas vêm e vão embora e nada muda. A gente fica numa solidão, sofrendo e ninguém ajuda a gente", observou. Ela só aceitou depois que entendeu que os repórteres estavam ali para relembrar o assunto. Segundo ela, o que mais quer é ajuda para custear seu outro filho. Conta que o Governo do Piauí nunca a indenizou por completo. “Primeiro uma boa parte que foi vítima não está recebendo nada, ficaram de fora. Quem ficou, recebe uma valor que não permite comprar nada, uma esmola. Nossa situação hoje é pior do que na época, pois perdemos nossa família, nosso meio de vida, animais, roça, enfim, ficamos sem nada e este governo só promete e nada faz. Estamos esquecidos, abandonados e injustiçados”, afirma dona Socorro, que inclusive nunca pôde enterrar uma de suas filhas. O corpo nunca fora encontrado. Ela tentou levar uma vida normal, morando na zona urbana de Cocal, mas preferiu reconstruir uma casa na mesma região onde morou com as filhas que faleceram. No vídeo abaixo ela relata o drama e chora: "Você acha que tem condição de viver de miséria? O que aonteceu com minhas filhas não tem preço... (choro)".


Dona Socorro também chora ao lembrar da família que morreu na tragédia

VEM AÍ UM MEGA PROTESTO EM TERESINA PELO CASO
O presidente da AVABA (Associação das Vítimas da tragédia de Algodões), Corsino Medeiros, informou que as famílias estarão em Teresina dia 29 de maio para um grande ato contra a omissão do governo e na busca por justiça. “Faremos um grande ato público destacando a injustiça que o estado comete conosco. Acamparemos em frente ao Karnak, de onde sairemos em passeata pela Frei Serafim até a Assembleia Legislativa. Chega de injustiça”, desabafou o presidente da AVABA.

Corsino Medeiros é um dos que está a frente da defesa das vítimas

Água forte dizimou comunidades inteiras

Quem sobreviveu, perdeu muitos bens

180graus flagrou um dos corpos sendo enterrados

Thays e Tainara, filhas de dona Socorro, morreram. Corpo de Thais nunca foi encontrado

Dona Luiza mostra a casa que perdeu na tragédia

Tragédia também separou dona Luiza de seu esposo João

Famílias culpam o então governador W. Dias por mandar retornar às casas
ASSISTA ABAIXO VÍDEO ONDE DONA SOCORRO RELEMBRA O DRAMA


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