Os professores que estão em greve há 59 dias fizeram assembleia já no começo da manhã em frente à Câmara e as 11h começou a sessão, os vereadores chegaram a se retirar e só voltaram quando os manifestantes saíram do local onde os parlamentares ficam.
O plenário estava lotado e antes da votação mais aguardada, outros projetos foram aprovados. Policiais da Rone estavam no local, assim como a negociadora da Polícia Militar do Piauí, Tenente-Coronel Júlia Beatriz.
Os professores rejeitam o reajuste de 6,22% pois consideram abaixo do necessário e dessa forma muitos servidores ainda ficariam com uma remuneração inferior a um salário mínimo.
Quando o presidente da casa, vereador Evaldo Marques (PSB), pediu que os vereadores que fossem contra o reajuste de 6,22%, apenas Urbano Eulálio (PSDB), Rodrigo Martins (PSB), Zé Nito (PMDB), Luiz Lobão (PMDB) e Humberto Sebim (PSDB) se manifestaram, o que gerou tumulto no plenário e muitas vaias aos parlamentares que ficaram sentados.
Quando mais uma vez foi feita a votação e somente os mesmos vereadores levantaram, uma chuva de ovos começou a cair sobre o local onde os parlamentares estavam. Eles começaram a se retirar, alguns saíram esquecendo óculos, celulares.
O presidente Evaldo Marques e o vereador Rodrigo Martins continuaram no local, uma servidora da câmara ficou indignada ao ser atingida por um ovo. O Rone em momento algum tentou impedir que a ação acontecesse.
Teresa Brito contrariou pofessores e aprovou reajuste
A vereadora Teresa Brito (PV) que não se levantou na votação e foi a favor do reajuste de apenas 6,22%, afirmou que os professores receberam aumento em forma de gratificação. “Não tinha como reajustar um valor maior que esse, os professores já receberam gratificações que aumentaram os rendimentos cerca de 13%. Faz parte da democracia agirem dessa forma, mas não faço política com demagogia. O próprio Rodrigo Martins, sobrinho do governador, que não deu aumento nenhum para os professores do estado, quer que a prefeitura dê um reajuste maior”, disse.
O vereador Rodrigo Martins está do lado dos professores e defendeu que o reajuste deveria ser maior. “Verificamos que alguns servidores ficariam com salário abaixo do salário mínimo, por isso o ideal seria um reajuste maior, por lei um servidor não pode receber abaixo do piso”, afirmou.
O presidente da Câmara, Evaldo Marques, lamentou o ocorrido. “As pessoas têm a liberdade de expressão, mas agredir, impedir o trabalho do legislativo de executar o seu trabalho, isso é recriminável, é reprovável. O que assistimos aqui no final da sessão, os manifestantes jogando ovos nos vereadores, é uma coisa que realmente quero lamentar”, afirmou ele, com seu paletó sujo de ovo. Ele ainda parabenizou os professores que não se manifestaram desta maneira, mas de forma civilizada, com cartazes e procurando seus direitos. O projeto segue para aprovação do prefeito.
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