Repórter do site O Imparcial.com faz um relato sobre Compra Premiada. Gildean Farias, destaca a falência dessas empresas no Maranhão (com destaque a Eletroonda na região do Baixo Parnaíba).
Denúncias pipocaram em várias cidades. A empresa não cumpriu os termos dos acordos celebrados com os clientes, ou seja, não receberam seus produtos quitados ou contemplados por sorteio. Em Chapadinha são inúmeros processos na justiça contra a Eletroonda, a proprietária teve sua prisão preventiva decretada em fevereiro deste ano pela justiça de Chapadinha como informou com exclusividade o CN1.
Leia na reportagem de Gildean Farias
A modalidade de compra premiada, alvo de constantes denúncias nos últimos meses em São Luís, com a empresa Eletromil, também fez vítimas no interior do estado, mas precisamente na região do Baixo Parnaíba.
As mesmas irregularidades que geraram
acusações contra os proprietários da Eletromil na capital maranhense,
também são apontadas pelos clientes da empresa Eletroonda, que atuava
nas cidades de Chapadinha, Santa Quitéria, São Bernardo, Tutóia,
Anapurus, Brejo e Urbanos Santos.
A proprietária da empresa,
Gerenilce Cardoso de Amorim, é acusada de estelionato, por não ter
cumprido os contratos na modalidade compra premiada, deixando de
entregar mercadorias aos consumidores com parcelas quitadas, ou que
foram contemplados nos sorteios da rede.
Após as reclamações e denúncias
dos clientes, chegando até a haver saque de uma das lojas, a prisão
preventiva da proprietária foi decretada pelo Juiz de Direito da 2ª Vara
da Comarca de Chapadinha, Mário Henrique Mesquita Reis. Ela, porém está
foragida desde o início de fevereiro.
As irregularidades começaram a
ser percebidas no início de janeiro deste ano, quando segundo alguns
clientes, a maioria das lojas na região só abriam nos dias de pagamento
das parcelas.
“Quando soube dos boatos de que a
empresa estava dando calote em alguns clientes em Santa Quitéria e
Chapadinha, fui a loja aqui de São Bernardo e me deparei com ela
fechada”, relata o motorista Bernardo Costa, de 38 anos.
Bernardo
conta que pagava por dois contratos de compra de motos, uma dele e
outra da esposa. Segundo ele, foram pagas ainda 33 parcelas do seu
contrato e 43 da esposa, contabilizando um total de mais de R$ 15 mil
pagos à Eletroonda.
Outra vítima das irregularidades da
Eletroonda foi a secretária Maiara Santos, de 22 anos. Ela relata que
pagou ainda 19 parcelas de um contrato firmado em outubro de 2008,
chegando a ter um prejuízo de um total de R$ 3.340.
De acordo com Maiara, no dia 9
de fevereiro, os clientes que tiveram prejuízos com a compra premiada em
São Bernardo, tiveram uma reunião com a promotora Herlane Maria
Fernandes de Carvalho, no Fórum Desembargador Bernardo Pio Correia Lima,
naquele município.
Na reunião, a promotora teria
pedido para os clientes assinarem um termo informando o valor do
prejuízo de cada um e teria também orientado os mesmo a procurarem um
advogado para que pudessem reaver os valores, além de informar que
abriria inquérito para investigar a proprietária da Eletroonda e demais
envolvidos nas irregularidades.
Passado o tempo, entretanto, os
clientes lesados reclamam da demora na solução do caso e do possível
ressarcimento dos valores pagos a empresa.
“Eu nem espero mais receber esse
dinheiro. Dei como perdido. A dona da Eletroonda fugiu e parece que as
autoridades não tomam nenhuma providência para ressarcir quem foi
prejudicado”, conta Maiara.
Em defesa dos clientes prejudicados
O advogado Antônio Rodrigues,
residente no município de Santa Quitéria, está a frente do caso em
defesa de cerca de 150 clientes lesados pela empresa Eletroonda. Ele
informou que a grande dificuldade em conseguir o ressarcimento dos
valores pagos pelas vítimas do golpe, é que não foram encontrados bens
dos proprietários que pudessem ser usados na indenização.
“Além da proprietária da
Eletroonda está foragida, não foi encontrado nenhum numerário nas contas
relacionadas a empresa. Assim, não tem como ressarcir as pessoas
prejudicadas. Entretanto, há indícios de que há outras pessoas
envolvidas, o que precisa ser investigado”, relatou o advogado.
Antônio Rodrigues disse ainda
que resolveu assumir a defesa dos clientes por sentir a necessidade de
buscar os direitos das pessoas lesadas no caso e encontrar uma forma de
amenizar os prejuízos dos clientes.
Lojas saqueadas
Duas das lojas da Eletroonda na
região do Baixo Parnaíba foram saqueadas por clientes e até
funcionários. No dia 15 de fevereiro, clientes e funcionários da matriz
da empresa, localizada no município de Chapadinha, saquearam o
estabelecimento, levando cadeiras, mesas, ventiladores, armários, ar
condicionados, portas e até divisórias. Treze dias depois, no dia 28,
foi a vez dos clientes da loja de Urbanos Santos arrombarem o ponto
comercial e levarem tudo o que puderam como forma de amenizar os
prejuízos.
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