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Nesta
terça-feira, o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban),
Murilo Portugal, tem uma reunião marcada com o secretário-executivo da
Fazenda, Nelson Barbosa. A expectativa, não confirmada, é que as taxas
de juros do crédito sejam o assunto do encontro.
Ainda
que o movimento liderado pelos bancos públicos possa levar a um aumento
da oferta de crédito no país e redução das taxas de juros, o consumidor
deve manter cautela na hora de decidir por contratar um financiamento. A
Fundação Procon-SP
e Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e
Contabilidade (Anefac) recomendam que os consumidores se certifiquem de
que as taxas oferecidas pelos bancos são, de fato, vantajosas e que
negociem com as agências vantagens melhores ou semelhantes às oferecidas
pela concorrência."É
preciso ver na prática se os juros vão mesmo cair, porque algumas das
medidas anunciadas dependem do perfil de cliente e da transferência de
contas de outros bancos", alerta Miguel Ribeiro de Oliveira,
vice-presidente da Anefac. "O mais prudente é esperar um pouco mais
antes de fazer um financiamento, pois essas medidas costumam levar
algum tempo para ser, de fato, implementadas", recomenda.
O G1 solicitou
aos maiores bancos do país a divulgação dos juros cobrados atualmente
nas principais operações de crédito. Confira a seguir as taxas para
cheque especial, empréstimo pessoal, rotativo do cartão de crédito,
crédito consignado, financiamento de veículos e capital de giro para
micro e pequenas empresas informadas pelos bancos. As taxas variam e
dependem sempre do perfil do cliente, risco de crédito e
relacionamento.
TAXAS DE JUROS COBRADAS AO MÊS AO CONSUMIDOR | ||||||
---|---|---|---|---|---|---|
Banco | cheque especial | crédito pessoal | cartão de crédito | crédito consignado | financiamento de veículos | capital de giro para empresas |
Banco do Brasil | a partir de 1,97% | a partir de 2,99% | 3% | a partir de 0,85% | a partir de 0,99% | 1,44% |
Caixa Econômica Federal | 1,35% a 4,27% | 2,39% a 3,88% | 2,85% a 9,47% | 0,84% a 1,95% | 0,98% a 2,25% | 0,94% |
Bradesco | a partir de 8,19% | a partir de 2,42% | a partir de 3,80% | a partir de 1,32% | a partir de 1,35% | a partir de 2,43% |
Itaú-Unibanco | não informou | não informou | não informou | não informou | não informou | não informou |
Santander | não informou | não informou | não informou | não informou | não informou | não informou |
HSBC | 1,39% a 9,98% | 1,99% a 5,93% | 2,27% a 15,95% | 1,59% a 4,70% | 1,49% a 2,55% | 1,48% a 4,99% |
O Banco Central divulga semanalmente em sua página na internet as
taxas médias de juros cobradas pelas instituições bancárias nas
principais operações de crédito. Os últimos dados disponíveis são do
período entre 20 e 26 de março.
Para
a Anefac, a tendência é de continuidade da trajetória de queda dos
juros e que os bancos privados acompanhem o movimento dos públicos. "Não
acredito que seja na mesma intensidade, mas os grandes bancos não vão
querer perder mercado e vão reduzir os juros", opina Oliveira,
acrescentando que o segmento está pleiteando redução de encargos e do
compulsório para reduzir o "spread" bancário (a diferença entre o que o
banco "paga" para captar dinheiro e o que ele "recebe" pelos
empréstimos.
Anefac divulga na quarta pesquisa sobre juros
Segundo Oliveira, como a pesquisa mensal da associação sobre juros que será divulgada nesta quarta-feira (9) ainda não irá refletir as medidas anunciadas pelo BB e Caixa, a Anefac deverá realizar uma pequisa nas próximas semanas a fim de apurar qual será o impacto nos juros médios praticados no país.
Segundo Oliveira, como a pesquisa mensal da associação sobre juros que será divulgada nesta quarta-feira (9) ainda não irá refletir as medidas anunciadas pelo BB e Caixa, a Anefac deverá realizar uma pequisa nas próximas semanas a fim de apurar qual será o impacto nos juros médios praticados no país.
"A
pesquisa que vamos divulgar nesta semana mostra que houve uma queda nos
juros para pessoa jurídica em março e estabilidade nos juros para a
pessoa física, possivelmente em razão do aumento da inadimplência",
afirma o economista. Em fevereiro, a taxa média de juros ao consumidor caiu pelo 3º mês consecutivo e ficou em 6,33% ao mês, segundo o levantamento da Anefac.
A
associação avalia, porém, que a inadimplência tende a diminir nos
próximos meses. "Com spreads menores, os bancos vão ser ainda mais
criteriosos e seletivos na concessão do financiamento", diz.
Empréstimo com consciência
A assessora técnica do Procon-SP, Cristina Martinussi, responsável pela pesquisa mensal sobre juros ao consumidor realizada pelo órgão, também aguarda uma redução das taxas cobradas pelos bancos privados. "Esses anúncios [do BB e da Caixa] vão acabar pressionado o mercado para baixo, até mesmo porque a Selic também está baixando", diz.
Ela orienta também que os consumidores busquem comparar as diversas opções de crédito oferecidas dentro do próprio banco. "O crédito consignado é sempre a melhor opção, pois como é o de menor risco é também o que costuma ter a menor taxa", diz.
A assessora técnica do Procon-SP, Cristina Martinussi, responsável pela pesquisa mensal sobre juros ao consumidor realizada pelo órgão, também aguarda uma redução das taxas cobradas pelos bancos privados. "Esses anúncios [do BB e da Caixa] vão acabar pressionado o mercado para baixo, até mesmo porque a Selic também está baixando", diz.
Ela orienta também que os consumidores busquem comparar as diversas opções de crédito oferecidas dentro do próprio banco. "O crédito consignado é sempre a melhor opção, pois como é o de menor risco é também o que costuma ter a menor taxa", diz.
Segundo
a economista, o cheque especial deve ser sempre considerado como última
opção. "É costume as pessoas usarem o cheque especial como segundo
salário, mas se a pessoa já tem hoje uma dívida no cheque especial
compensa até pegar um empréstimo pessoal só para quitar", sugere.
Cautela e negociação antes de troca de banco
Segundo a Anefac e o Procon, o cliente deve procurar negociar com o seu banco antes de decidir transferir sua conta-corrente ou conta salário em busca de taxas de juros menores para empréstimos.
Segundo a Anefac e o Procon, o cliente deve procurar negociar com o seu banco antes de decidir transferir sua conta-corrente ou conta salário em busca de taxas de juros menores para empréstimos.
"O
cliente de banco privado precisa ser proativo, falar com o gerente e
cobrar uma redução dos juros. Acredito que, na maioria dos casos, o
banco vai tentar segurar o bom cliente", diz o vice-presidente da
Anefac.
A
analista do Procon afirma que, antes de qualquer decisão sobre
transferência de banco, é importante que o consumidor verifique se as
taxas reduzidas anunciadas se aplicam ao seu perfil. "Pode ser uma boa
oportunidade para pressionar o banco, mas o cliente deve avaliar não só a
taxa, mas toda a sua relação com a instituição e as demais tarifas do
dia a dia", completa Cristina.
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