O diretor técnico do Departamento Estadual de Trânsito do Piauí
(DETRAN-PI), Tiago Vasconcelos, sobre a notícia veiculada nos meios de
comunicação, informou que a FENASEG e a CETIP arrecadam mais de R$ 7
milhões com o convênio que mantêm com o DETRAN, disse que de fato o
convênio existe, mas que não pode afirmar ao certo quanto as empresas
lucram.
Tiago esclareceu que eram dois convênios, um para registro de contratos
de financiamento de veículos, e outro para lançamento das informações
de restrição financeira, que era feita logo após o registro do contrato,
para que o nome do banco fosse anotado no Certificado de Registro do
Veículo – CRV, confirmando, portanto, que sobre aquele determinado
veículo incide um ônus de garantia.
O convênio para registro de contratos de financiamento foi rescindido e
o serviço foi licitado, estando hoje o DETRAN de acordo com a Lei, que
determina que os órgãos públicos, para contratação de terceiros, sigam o
procedimento de licitação.
Tiago não explicou porque o mesmo procedimento não foi adotado com
relação ao serviço de controle das informações de inclusão e exclusão do
gravame, já que o princípio, licitação do serviço, é o mesmo.
Segundo ele o convênio com a FENASEG, que disponibiliza o Sistema
Nacional de Gravame – SNG ao DETRAN, foi celebrado em 2007, em outra
gestão.
Ainda segundo Tiago não é a FENASEG quem opera o SNG, mas uma
“quarteirizada”, terceirização da terceirização, a CETIP, controlada
pelos bancos, que recentemente adquiriu a GRV – Gravames, antiga
proprietária do sistema.
A aquisição da GRV causou rebuliços no mercado, afinal custou nada mais
nada menos do que 2,5 bilhões aos cofres da CETIP. Certamente é um
mercado e tanto, como confirmou Tiago Vasconcelos, que disse que o
convênio com a FENASEG e CETIP, para operação do SNG, ocorre em todos os
DETRANs do país.
O mais impressionante de tudo é que o DETRAN não sabe quanto a FENASEG
ou a CETIP arrecadam, nem quanto repassam ao órgão. O convênio é tão
esdrúxulo que não informa tais valores, mas apenas que será “doado” ao
DETRAN a quantia irrisória de R$ 6,80 por cada gravame inserido por meio
do SNG.
A FENASEG não presta contas ao DETRAN, menos ainda a CETIP, que é uma
quarteirizada, ou seja, fazem o que querem, melhor, doam quanto querem.
Se doam R$ 6,80, por gravame, ao DETRAN, que nada fiscaliza, imagine
quanto cobram para cada operação. Realmente um negócio da China.
Impressionante como ainda existem contratos como este em órgãos
públicos e como os gestores que seguiram à contratação da FENASEG não
fizeram, aliás, não fazem nada para corrigir o erro.
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