Terça-feira (24/01) de muita tristeza para algumas famílias do
Residencial Sigefredo Pacheco, no Vale do Gavião, zona Leste de
Teresina. Ao todo 22 residências deverão ser desocupadas nesta manhã.
Duas equipes formadas por agentes da Policia Federal, oficiais de
justiça, representantes da Caixa e policiais militares se dividiram na
missão de solicitar a retiradas dessas famílias.
“Eles já foram comunicados há oito dias que deveriam deixar as casas,
hoje só estamos cumprindo a desocupação. Mas está tranquilo, a maioria
das casas já foram desocupadas, mas caso se recusem, terão que sair à
força. Foi fornecido carro de mudança, chaveiro, para que tudo aconteça
com tranquilidade”, disse o oficial de justiça Evandro de Sousa Gomes.
As casas foram ocupadas de maneira irregular e deverão ser entregues
aos donos que foram sorteados. Muitas dessas famílias ocuparam as casas
porque não tinham onde morar e as casas estavam vazias, como aconteceu
com o Reginaldo de Sousa.
“Já estou há oito meses aqui e a dona nunca havia aparecido, eu não
tenho outro lugar para morar, me sinto muito humilhado, aqui não aparece
sequer uma assistente social, só chega a polícia para colocar a gente
para fora”, disse.
A situação mais crítica ainda é da dona de casa Márcia Daniela. Com
três filhos ainda pequenos ela não tem parentes em Teresina e não tem
onde morar, arrumaram um local da construtora, sem qualquer estrutura,
para ela ficar por enquanto, que vai dividir com outros despejados.
“Eles me deram esse prazo, mas eu não tenho para onde ir, a única renda
é a Bolsa-Família das crianças, estamos passando muita necessidade,
essa situação é muito triste”, disse.
A situação realmente é crítica. A prefeitura não encaminhou nenhum
assistente social para verificar a situação das famílias ou algum
representante para algum tipo de negociação em outro programa de
moradia.
“Nós estivemos no apartamento do prefeito Elmano Férrer e ele bateu no
nosso ombro afirmando que nenhuma família ia ser despejada, prometeu não
tirar ninguém daqui, e agora a policia despejando a gente desse jeito”,
disse o impressor flexográfico Genissé Santos, ele mora há sete meses
numa residência e também foi solicitado que se retirasse.
”O prefeito devia tomar providencias das casas fechadas que estão
servindo para uso de drogas e prostituição”, concluiu Genissé.
As ações de despejo devem continuar durante o dia até que todos sejam comunicados.
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