Delator entrega à Justiça recibo de supostas propinas pagas ao PT
Segundo o empresário
Augusto Mendonça Neto, sócio do grupo Toyo Setal que fez acordo de
delação premiada, o suborno era liberado ao PT sob forma de
contribuições partidárias. O Ministério Publico está de posse de
comprovantes de transferências bancárias e recibos de doações eleitorais
entregues pelo delator que comprovam como o tesoureiro nacional do PT
João Vaccari Neto cobrou propina de fornecedores da Petrobras. Conforme
noticiou Veja nesta quarta-feira (25), baseado no depoimento do
empresário, o Ministério Público sustenta que o empresário e comparsas
desviavam dinheiro da Petrobras para contas bancárias do PT, sob
conhecimento e cobrança do tesoureiro do partido.
O empresário afirma que
apenas ele fez 4,2 milhões de reais em doações, que na verdade, eram
oriundos do esquema de propinas da Petrobras, e para tanto apresentou à
justiça recibos e comprovantes de pagamento como prova. Segundo o
delator foram 24 repasses por empresas controladas por ele em dezoito
meses, no período de 2008 à 2012.
Devido ao acordo de
delação premiada com o Ministério Público, o empresário fez a entrega
dos recibos de pagamentos aos investigadores. A investigação do MPF
constatou que Vaccari se encontrava com Renato Duque regularmente para
"acertar valores devidos".
" O próprio Augusto
Mendonça, em colaboração premiada, declarou que teria feito as doações
em questão por solicitação de Renato Duque e que elas comporiam o acerto
de propina com a Diretoria de Serviços", afirmou o juiz Sérgio Moro na
decisão que tornou Vaccari e outras 26 pessoas réus em ação penal por
desvios de recursos da Diretoria de Serviços da Petrobras. "Portanto, a
realização de doações eleitorais, ainda que registradas, com recursos
provenientes de crime, configura, em tese, crime de lavagem de
dinheiro", acrescentou Moro. Na segunda-feira passada estes documentos
foram anexados à denúncia apresentada à 13ª Vara Federal do Paraná,
contra Vaccari e outras 26 pessoas envolvidas no esquema de corrupção em
contratos da Diretoria de Serviços da Petrobras. Nos recibos, é
possível ver a assinatura de Ângela Silva, da Secretaria Nacional de
Finanças do PT.
Além da Toyo Setal,
outras empresas pagaram propina na forma de doações ao PT. Segundo o
vice-presidente da construtora Camargo Corrêa, Eduardo Leite, a empresa
também foi cobrada à pagar mais de 10 milhões de reais ao PT. Outro
partido que recebia parte das propinas em forma de doações oficiais era o
PP, isso segundo o doleiro Alberto Yousseff que chegava a cobrar
executivos da Queiroz Galvão, por exemplo, para realizar doações para o
partido.
Sérgio Moro cobrou do
Tribunal Superios Eleitoral (TSE) para que apresente, se possível em 15
dias, informações sobre doações feitas pelas empresas de Augusto
Mendonça Neto (Setal Óleo e Gás, Setec, Projetec, Tipuana, PEM
Engenharia e Energex).
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